Domingo, 27 de Abril de 2014

O Ilustre, José Gonçalves da Silva

      José Gonçalves da Silva, nasceu em Cerva no ano de 1746, foi alcunhado de "Barateiro" no Brasil, indicativo de sucesso nos seus negócios com mercadorias idas da Europa, foi comerciante, construtor naval, importador e exportador, criador de gado, coronel de milícias, cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, governador da fortaleza de São Marcos e alcaide-mor de Itapicuru-Mirim e latifundiário.

      Era filho de Gonçalo Fernandes da Silva e Paula Ribeiro Gonçalves Ramalho, neto paterno de António Fernandes e Maria Gonçalves, e materno de António Gonçalves e Maria Ramalho Gonçalves.

      Decidiu embarcar para o Maranhão em 1777 (aos 31 anos de idade) e em janeiro de 1784 há referências de fazer negócio com embarcações, quando deu um atestado a favor do mestre do navio Ângelo Santos, piloto da Nau Nossa Senhora do Rosário, sobre locais de ancoragem.

      Em 1787 obteve a confirmação régia de sua primeira sesmaria, dada pelo governador José Teles da Silva. Cultivou arroz, mandioca, e outros géneros no Cururupu. José Gonçalves já grande comerciante partiu para o negócio de beneficiamento de madeira. Para beneficiar aos portos da Europa, requereu uma faixa de terra na Praia Grande, onde pretendia fazer um grande stock de madeira, o que lhe foi deferida por D. António de Sales e Noronha e confirmada pelo sucessor José teles da Silva, por entenderem que as madeiras serviriam para construir boas casas na cidade e pela proximidade do porto, que permitia facilmente a exportação para a Europa, mas como terras da coroa, passando então assim a ser exportador de madeiras. A sua fortuna não parava de crescer.

      A partir de 1797 começou a cortejar os soberanos de Portugal para deles obter as famosas mercês reais. Mandou dizer ao Reino que tinha enviado na galera União e no bergantim Falcão 1 080 sacas de arroz para ajudar em monições as tropas reais portuguesas que estavam em luta com as espanholas.

Nesse mesmo ano José Gonçalves remeteu 20 contos de réis a título de empréstimo, para despesas de guerra. A rainha por intermedio do ministro D. Rodrigo de Sousa Coutinho enviou-lhe as honras da tão ilustre ação, passando a carta de lei a José Gonçalves da Silva o hábito de cavaleiro professo da Ordem de Cristo no Palácio de Queluz em 6 de agosto de 1797.

      Por provisão de José Teles, novo governador, nomeou José Gonçalves tesoureiro da Fazenda Real, cargo que ocupou durante doze anos. Antes fora Juiz de fora de 1789 a 1793.

Cerva - Governador, José Gonçalves da Silva

      José Teles passou uma atestação em 15 de maio de 1797 em favor de José Gonçalves, considerando-o “honrado, muito verdadeiro e maneja avultado comércio para praças da América, e para a desta capital e cidade do Porto”.

      Não havia limites para os ganhos de José Gonçalves. Com operários e engenheiros que levou de Portugal, montou no Maranhão um gigantesco estaleiro naval.

      Em um longo e bem documentado processo de justificação, José Gonçalves aparece como proprietário do bergantim Amizade, da sumaca Madre de Deus e do navio Boa União.

      As suas exportações em 1807 alcançaram 18 807 sacas de algodão, de arroz 30 000 arrobas e de farinha mandioca várias toneladas.

      Instalou uma empresa de salga de peixes, financiou a abertura da cachoeira do Munim, o armamento, fardamento e alojamento da tropa paga do Parnaguá, construiu a primeira quinta no Maranhão, onde plantou árvores frutíferas da terra e europeias, que passou a ser um lugar de visita pública, porque estava sempre de portas abertas. É a Famosa quinta do Barão ou do Barateiro.

      Veio a Portugal e logo foi nomeado como governador da fortaleza de S. Marcos e recebeu a ordem para usar a farda correspondente com os seus galões dourados. Enquanto isso, os seus navios enchiam os armazéns do Reino, com donativos de arroz, farinha, dinheiro, tudo a título gratuito.

      Em 1810 José Gonçalves atendeu a mais um pedido de socorro da Corte, fazendo ingressar nos cofres da Fazenda Real mais 10 contos de réis.

      Mandou construir uma capela estilo rococó dedicada a S. José na Quinta das Laranjeiras em São Luís província do Maranhão, em que as obras iniciaram em 1811 e terminaram em 1816.

      Este homem foi no Maranhão o grande financiador da fazenda do rei de Portugal. Por tudo isto, o príncipe regente em 1818 concedeu-lhe a alcaidaria-mor de Itapicuru-Mirim, passando o Alcaide da vila, com todos os requisitos de sede de governo, acabando por falecer mais tarde em 1821 em Nossa Senhora da Vitória com este título.

      Era dono de uma fortuna incalculável, teve três filhos; Luísa Maria Espirito Santo Gama, legítima, a quem coube a herança do morgado; e legitimou por testamento os outros dois, José Francisco Gonçalves da Silva e Maria Quintéria Silva.

publicado por Abraão Mendes às 18:38
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