Apesar de ser só 8 de dezembro o feriado Nacional dedicado a Nossa Senhora da Conceição, faz hoje precisamente 378 anos que foi feita consagração pelo Rei D. João IV, em Vila Viçosa, do nosso país à mesma, proclamando-a como Padroeira e Rainha de Portugal.
Da esquerda para a direita: Arcebispo D. Rodrigo da Cunha, Nossa Senhora da Conceição, Rei D. João IV oferecendo a Coroa a Nossa Senhora, 1º Marquês de Marialva "Senhor de Cerva" empunhando a Bandeira do Reino de Portugal e João Pinto Ribeiro, da Casa de Bragança.
Esta oferta da Coroa Real a Nossa Senhora da Conceição, consagração, deve-se ao facto de Portugal ter conseguido definitivamente a independência em relação a Espanha, com a vitória da Batalha dos Montes Claros, por parte de entre outros o “Senhor de Cerva”, D. António Luiz de Menezes, 1º Marquês de Marialva.
É de notar que após esta data mais nenhum Rei pôde usar Coroa.
Na base do Cruzeiro Granítico da Independência da Vila de Cerva foi-lhe colocada posteriormente a Cruz da Ordem de Cristo ou Cruz de Portugal, sobre um circulo (esfera), que significa o mundo, com 3 datas importantes do nosso país.
O ano 1140 corresponde à "Aclamação de D. Afonso Henriques como Rei de Portugal", vitória Portuguesa no Torneio de Arcos de Valdevez.
Quinhentos anos depois, o ano de 1640, corresponde à "Restauração da Independência" definitiva de Portugal, na Batalha de Montes Claros, data hoje comemorada.
Oitocentos anos depois, aparece 1940, corresponde ao ano da "Exposição do Mundo Português" em Lisboa, ano provável da incorporação desta cruz em mármore, com a inscrição ao centro de "Cruzeiro da Independência".
Não é de esquecer que este Cruzeiro estava localizado em frente à Capela das Almas, próximo da Antiga Torre, tal como nos prova um dos postais do meado dos anos trinta do século XX. É provável que tenha sido mudado de lugar no meado dos anos quarenta, do passado século, aquando a abertura do primeiro troço da Avenida da Torre.
Dom António Luiz de Menezes, filho de Dom Pedro de Menezes e Dona Constança de Gusmão, nasceu a 13 de Dezembro de 1596. Foi donatário de Cerva, Atei, Mondim e de muitas outras terras, mas era apelidado de “Senhor de Cerva”.
Foi um dos quarenta Nobres conjurados e um dos elementos mais ativos nas guerras da restauração da independência de 1 de Dezembro de 1640. Tomou parte em quase todas as batalhas contra os Castelhanos.
Inicianda a 4ª Dinastia (de Bragança) e a soberania de Portugal, foi então agraciado com o título nobiliárquico de “1º Marquês de Marialva” 3º Conde de Cantanhede, a 11 de Agosto de 1661, por Dom Afonso VI.
Comandou as Tropas Portuguesas nas Batalhas de Linha de Elvas e de Montes Claros com três mil e quinhentos homens transmontanos, tendo infligido uma grande derrota aos exércitos vindos de Castela. Finalisou, assim, com esta vitória, a Guerra da Restauração, consolidando e recuperando definitivamente a independência a Portugal, que havia tido sida perdida há 60 anos com o inicio da 3ª Dinastia (Filipina), posteriormente participando em muitos outros cargos no Reino, até ao seu falecimento a 16 de Agosto de 1675.
Em homenagem deste heróico feito, foram levantados vários cruzeiros no então Concelho de Cerva, denominados da independência, e que permanecem ainda nos dias de hoje.
Só a partir de 1910, com a implantação da República é que foi instituído o Feriado Nacional de 1 de Dezembro, dia da "Restauração da Independência" de Portugal.
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