Comemora-se hoje internacionalmente o dia dos museus, instituído pelo “ICOM – International Council of Museum” há 47 anos.
Este ano é celebrado sob o tema “Museus, Educação e Investigação”. São espaços de preservação e divulgação de património e cultura.
O "Vila de Cerva“ não poderia deixar passar em vão este dia, sem fazer um convite, para agendarem uma visita aos nossos museus.
Em "Dia Internacional dos Museus", o "Vila de Cerva" não poderia deixar de sugerir uma visita aos nossos museus.
São espaços de cultura que nos fazem abrir a mente para novas ideias.
Em "Dia Internacional dos Museus", depois de temporáriamente encerrados, finalmente já podem voltar a reabrir, mas com novas regras de visita.
O Museu do Volfrâmio localizado no Centro da Vila de Cerva abriu as suas portas em 2018.
Funciona como Centro Interpretativo e possui um conjunto de documentação, coleção geológica, vários utensílios ligados ao ato da extração e transporte.
Das várias minas de Adoria, S. João do Monte da Corda, no inicio todo o Volfrâmio era extraído com picaretas e enxadões à luz de gasómetros, do interior para o exterior das minas vinha em vagonas que rolavam sobre uma linha férrea. O transporte era feito desde o cume das serras de onde era extraído, até ao Vale de Cerva junto ao rio, inicialmente por carros de bois e mais tarde após a chegada da eletricidade via teleférico para a Lavaria do Penoso para ser triturado lavado, separado, secado e ensacado para daí ser enviado para a Alemanha.
Este Museu faz atualmente parte da “Rota do Volfrâmio” do norte e centro de Portugal.
Associada à tradição de muitos séculos, está também a sementeira e tecelagem linho em Cerva.
Depois da criação da internacionalmente reconhecida Cooperativa de Artesãos Cervenses, em 2017 abriu também o Museu do Linho situado em Limões.
Este museu funciona como centro interpretativo, Possui um conjunto de trabalhos de excecional qualidade desde colchas lindíssimas, toalhas e muitos outros trabalhos.
Foi recentemente distinguido pelo “Interreg Europe”, plataforma da União Europeia.
18/05/2021:
A Casa do Povo de Cerva, um dos belos exemplares da arquitetura portuguesa, construção anti-sísmica, edificada no ano de 1944, a pedido de Padre António Gonçalves Pereira André então presidente da assembleia geral e da qual António Mendes foi encarregado na sua construção, escriturário e fiscal, acolhe atualmente o Museu do Volfrâmio e Posto de Turismo.
Guia de Entrega de descontos para a Casa do Povo de Cerva, recebida por António Mendes
O “Vila de Cerva” foi visitar este Museu. Este edifício teve um conjunto de intervenções remodelativas desde 2013 a 2015, adquiriu de um conjunto de conteúdos tais como, uma coleção geológica, documentação, uma grande maquete topográfica da área mineira de Cerva e alguns utensílios referentes à atividade, especialmente referentes à sua extração. Aguarda ainda pela aquisição de uma Vagona do transporte proveniente das minas em fase de restauro, que passará muito em breve a ser parte integrante do mesmo.
Inaugurada a obra em 2016 só em 2018 é que abriu a exposição ao público.
Interior do Museu do Volfrâmio de Cerva
Quanto à atividade Mineira em Cerva como se sabe embora tivesse iniciado antes da I Guerra Mundial, o seu ponto mais alto de extração situou-se só no período da II Guerra Mundial. Fase áurea em que o volfrâmio chegou aos 1000$00 Kg! Dizia-se por cá que as pessoas "fumavam notas"! O Volfrâmio valia muito dinheiro.
Durante este período aqui houve muito emprego não só para os Cervenses mas também para os das terras limítrofes. Não foram só homens mas também senhoras que aqui trabalharam. Os homens em trabalhos mais duros e as senhoras em mais leves. A Senhora Luísa da Silva, foi uma de muitas mulheres trabalhadoras nas minas, esteve nas mesas de lavagem do Volfrâmio.
O “Vila de Cerva” encontrou mais ainda, durante a VI Exposição Fotográfica da Cerva na cidade do Porto, um ex funcionário, natural de Veade que trabalhou até ao fim da laboração destas Minas. Este Senhor, Silvério Machado começou aos 16 anos a trabalhar nas Minas de Cerva como apontador (tinha a responsabilidade anotar o peso de Volfrâmio por cesta e o número das mesmas que chegavam via teleférico vindas das minas de Adoria para a Lavaria do Penoso, e no final de cada dia apresentar um relatório correspondente).
Gasómetro de Mineiro de Cerva, devidamente restaurado.
Este amigo contou ao “Vila de Cerva” que naquela altura, quando vinham os Alemães a Cerva visitavam os escritórios da Lavaria do Penoso mas as reuniões de negócios eram feitas sempre em lugar afastado para que ninguém ouvisse as conversas. Existia um lugar especifico do outro lado do rio Lourêdo num carvalhal para as fazer. Um homem trabalhador da Azenha tinha um pequeno barco, para fazer a travessia do rio com os visitantes alemães, levava-os até esse lugar privilegiado, hoje chamado parque "Os Cervinhas", era aí nesse local que então eram efetuados os negócios, de compra e venda do volfrâmio, com eles em perfeito sigilo.
Esse mesmo barco transportava as areias provenientes da Lavaria para o outro lado do rio, eram depositadas numa elevação entre o atual parque "Os Cervinhas" e o Açude de Carvalheda (atualmente conhecida como das Casas Novas) onde aí permaneceram muitos anos armazenadas ao ar livre até mais tarde serem vendidas para a construção civil entre os anos 80 e 90.
Visitar este Museu é algo culturalmente interessante, é um orgulho histórico para a nossa Vila de Cerva e para a nosso País.
Está visitável de terça a sábado, entre as 9h30 - 13h00 e 14h30 - 18h00.
Tanto na entrada como na saída, passa.se pelo Posto de Turismo, de onde pode adquirir recordações se as desejar!
As serras que circundam a vila de Cerva, sempre tiveram nas suas entranhas uma grande riqueza mineral "Volfrâmio" que também pode ser chamado de "Tungsténio" (material pardacento cujo aspecto difere pouco do ferro).
Em 1908 foi iniciado o processo para entrarem em funcionamento, mas só em fevereiro de 1911 foi autorizado o funcionamento das minas do Monte da Corda do Monte da Sobreira.
Gasômetro , martelo de "Pilha " e pedra de Volfâmio.
A 8 de fevereiro de 1912 por portaria do Governo da República Portuguesa, através do Ministro do Fomento José Estevão de Vasconcelos, nos termos do artigo 39º para o Aproveitamento de Substâncias Minerais de 4 de julho de 1894 e com o parecer do Conselho Superior de Obras Públicas e Minas foi dada oficialmente aprovação para entrar em funcionamento a Mina do montado de Adoria.
Minas de Volfrâmio de Cerva - Oficina de Preparação Mecânica - Lavaria do Penoso.
A primeira conseção foi dada à Sociedade Anónima Belga “Compagnie Miniere du Tungsténe" e de acordo com uma carta encontrada, esta empresa comunicava o seu envio ao Comissário Especial de Polícia Raymond Carence, localizado em França, próximo da Alemanha, em “22 Rue de Maries a Bricy, Meurthe-et-Moselle” para verificar a passagem e confirmar a sua entrada na Alemanha.
Mais tarde, em 24 de setembro de 1913, a posse foi transferida para Gostave Thomás..
Posteriormente outras concessionárias, internacionais e mais tarde nacionais, aqui laboraram.
Minas de Volfrâmio de Cerva - Escritórios - Lavaria do Penoso.
A "Sociéte Civile d'Études de Tous Gisements Miniers" (Sociedade Civil de Estudos de Todos os Campos Mineiros) com sede em Paris, foi a primeira empresa a dar apoio tecnico às minas do Monte da Corda, da Sobreira e de Adoria.
Entre outras empresas que aqui laboraram, em 1938 o Estado Português concessionou a José Cândido Dias a exploração das minas de Adoria, em 1944 era a Empresa Mineira de Sabrosa L.da e a Companhia Alemã.
Minas de Volfrâmio de Cerva - Aqui pode ver-se, do lado esquerdo do rio Lourêdo, dois antigos montes de areias, junto ao atual estaionamento do parque "Os Cervimhas", provenientes da Lavaria do Penoso situada do lado direito do mesmo rio.
Em 1943-1945 era a "Companhia Portuguesa de Minas - Concessão de S. João de Escourêda", em 1956 "Minas de Cerva SARL", com sede na Rua Alexandre Herculano 11-2º -D 4 228 Lisboa. Saliente-se que só neste ano é que foi inaugurada a chegada da energia elétrica às minas, antes a extração era feita à luz de gasómetros.
Manuel Teixeira Torres - Pessoa ligada à administração o Couto Mineiro de Adoria na vila de Cerva.
A partir de 18 de Julho de 1957 ficaram a laborar só duas minas de 1ª Classe denominadas, Pedras de Amolar e Lomba do Crasto, concessionadas à “Sociedade Portuguesa de Minas da Lomba de Crasto, Lda.”. No ano de 1968 a empresa que fazia as pesquisas geológicas era a "United States Geological Survey”, Bldg 25 Topo Denver Federal Center Colorado USA. Esta ultima empresa Mineira conseguiu extrair e exportar o seu volfrâmio até 1972, ano que apresentou as produções de 0,032 toneladas de Estanho e 0,500 toneladas de Volfrâmio. Findada a extração a empresa ainda existiu até 1991.
O seu ponto mais alto de produção situou-se no período da segunda guerra mundial, devido ao seu interesse comercial, chegaram a trabalhar nestas minas cerca de cinco mil pessoas, tendo sido considerado na altura o "Ouro Negro Português", por ser a maior fonte de rendimento e de emprego, tanto na região como no País.
Segundo documentos da "German Foreign Policy" (política externa Alemã) entre 1918-1945 as Minas de Cerva extrairam e exportaram 7 milhões de toneladas de matéria prima para a Alemanha.
Plataforma rampeada de descarga de inertes mineiros e Lavaria.
Uma das mais antigas e principais estruturas de lavagem e separação do Volfrâmio das Minas de Cerva, com parede dupla em granito aparelhado, localizada junto ao rio Lourêdo, na Lavaria do Penoso. (2020 - Estrutura com 60 x 10 m - Património Mineiro recentemente demolido! - Decisão inacreditável e lamentável. Tanto quanto se sabe é crime punível por lei destruir património).
Breve estudo de funcionamento da estrutura de lavagem de volfrâmio do Penoso. (Inicialmente os inertes eram transportados das minas para aqui em carros de bois, subindo a rampa e descarregando. Posteriormente para uma maior eficiência e rapidez de transporte passaram a vir via cesta do então inovador Teleférico).
(Há quem diga que aqui existiu uma ponte. Esta estrutura, assemelha-se a um apoio e fixação do um tabuleiro de uma ponte pênsil. Não é por acaso se encontrar no seguimento da "Quelha" romano-medieval, denominada "Estrada Real de Dona Maria" macadamizada, vinda do centro de Cerva passando pela Feira direção ao Penoso e continundo).
Entre o entroncamento da estrada de Adoria com a de São João e o atual Hotel, havia um conjunto de casas de madeira alinhadas. chamado de "Bairro das Taipas" onde moravam temporariamente pessoas que trabalhavam nas minas de S. João e Adoria.
Teleférico de transporte de Volfrâmio, do Complexo Mineiro de Cerva, para a Lavaria do Penoso.
Alguns cervenses que nelas trabalharam, findada a sua produção mudaram-se, para as Minas de Ouro de Campo de Jales até ao seu fim, onde algumas atualmente ainda lá se encontram, outras para o Porto e Lisboa.
Chaminé da "Oficina de Preparação Mecânica" das Minas de Cerva - Lavaria do Penoso.
O período da extração mineira foi muito importante para Cerva, porque trouxe progresso e desenvolvimento para esta vila.
Tigela de alimentação dos Mineiros de Cerva.
Como é natural, deixaram saudades, porque aqui passaram-se muitas histórias de amor, felicidade, riqueza, mas também de tristeza, e doença, marcaram por assim dizer, as pessoas da região ao longo da sua vida.
A Casa do Povo de Cerva, um dos belos exemplares da arquitetura portuguesa, edificada no ano de 1944, está ser alvo de um conjunto de intervenções que permitirá a adoção de um conjunto de conteúdos referentes à atividade mineira, em especial referentes á sua extração.
Este centro interpretativo será muito interativo com as pessoas, transmitirá conhecimento, a todos os Cervenses e aos turistas que o venham visitar.
A extração mineira de Volfrâmio e mais tarde o estanho, segundo alguns registos encontrados, teve início em 1908.
As minas do Cinco no Monte da Corda e as de Adoria foram apoiadas pela "Sociéte Civile d'Études de Tous Gisements Miniers" (Sociedade Civil de Estudos de Todos os Campos Mineiros) sedeada em Paris.
Várias foram as concessionárias, internacionais e mais tarde nacionais, que aqui operaram.
Em 1938 o Estado Português concessionou a José Cândido Dias a exploração das minas de Adoria; em 1945 a empresa exploradora era "Companhia Portuguesa de Minas - Concessão de S. João de Escourêda"; e em 1956 "Minas de Cerva SARL" com sede na Rua Alexandre Herculano 11-2º -D 4 228 Lisboa.
Relembramos que estas minas laboraram até 1972, e foi considerado o segundo melhor couto mineiro do distrito de Vila Real, sendo o primeiro o de ouro de Jales.
A obra deste Centro Interpretativo do Volfrâmio será cofinanciada a 75 %, por fundos comunitários.
Atualização em 19/07/2018:
O Museu do Volfrâmio inaugurado no dia 29 de junho de 2016 abriu só agora a 19 de julho de 2018 pelas 21h00 a sua exposição permanente ao público. Ficará a Vila de Cerva assim dotada de um Museu ou Centro Interpretativo dedicado à extração e exportação de Volfrâmio, sua grande e importante atividade industrial mineira realizada durante várias decadas. Funcionará de terça a sábado das 9h30-13h00 e 14h30.18h00.
Aqui ficará também a sede do Posto de Turismo de Cerva.
. Dia Internacional dos Mus...
. Dia Internacional dos Mus...
. Museus do Volfrâmio e do ...
. Museu do Volfrâmio e Post...
. Casa do Povo - Museu do V...